quarta-feira, 27 de março de 2013

Pelo hábito de consumir cultura

Este é um dos propósitos da ACATE, que hoje realiza mais um Teatro em Debate

Por Fabiane De Carli Tedesco


Hoje, Dia Internacional do Teatro e do Circo, acontece o Teatro em Debate, evento que teve início no ano de 2002, cuja intenção é discutir o tema e elaborar documentos voltados à conquista de espaço do teatro em Chapecó. Realizado pela Associação Chapecoense dos Artistas e Grupos de Teatro (ACATE), o Teatro em Debate acontece a partir das 19h30, na Sala Eli Camargo, no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo De Nes.
Com o tema “Situação atual do teatro em Chapecó: atualidade, desafios e perspectivas”, o debate é uma forma de lembrar as autoridades que o teatro ainda está longe de um cenário ideal. “Queremos unir mais forças para continuarmos buscando o crescimento. Não somente do teatro, mas das artes em geral. Sabemos que quando conquistamos um direito, ele não beneficia somente o teatro: a conquista se multiplica para outras áreas artísticas”, explica o presidente da ACATE, Tarcisio Brighenti. Ele diz que este ano a ACATE conta com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura.
Conforme ele, o evento sempre promove uma discussão sobre a situação do teatro em Chapecó, ampliando as ações. Uma das ações de grande importância para a associação é o Festival de Teatro de Chapecó – sonhado durante muitos e muitos anos. Em 2009, a ACATE recebeu apoio da então Fundação Cultural de Chapecó, hoje Secretaria Municipal de Cultura. “O Festival de Teatro é uma ocasião de aprendizado, de troca”, lembra o presidente.
Entretanto, mais precisa ser feito em termos de fomento do teatro em Chapecó. “Temos dificuldade na circulação dos trabalhos, na montagem dos espetáculos e na formação da plateia. Não há um público cativo em Chapecó. Queremos implantar o hábito de assistir peças de teatro na cidade, fazer com que as pessoas, assim como consomem tantos bens materiais, consumam também a cultura.”
Fazem parte da ACATE cinco companhias teatrais. Todas elas sentem falta de um teatro, um lugar próprio para as apresentações. O Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo De Nes, por exemplo, tem uma estrutura que não condiz com a estrutura dos grupos, já que o teatro possui mil lugares. No Serviço Social do Comércio (Sesc), embora não seja ideal, o espaço é mais adequado às companhias. “Porém, a nossa luta maior é a conquista de um espaço específico em Chapecó, para ensaios, apresentações, reuniões e oficinas.”

O Teatro em Chapecó

Muitos grupos teatrais iniciaram na década de 1980 em Chapecó. Eles nasceram dentro de grandes indústrias, como a Sadia, a Aurora, a Alfa e a Chapecó Alimentos. Mas, na década de 1950, grupos já passavam pela cidade, deixando boas lembranças na memória dos antigos. Além disso, o teatro de igreja sempre existiu na Capital do Oeste, especialmente nas décadas de 1940 e 1950.