Por Fabiane De Carli Tedesco
Com o tema “Situação atual do teatro em Chapecó: atualidade,
desafios e perspectivas”, o debate é uma forma de lembrar as autoridades que o
teatro ainda está longe de um cenário ideal. “Queremos unir mais forças para
continuarmos buscando o crescimento. Não somente do teatro, mas das artes em
geral. Sabemos que quando conquistamos um direito, ele não beneficia somente o
teatro: a conquista se multiplica para outras áreas artísticas”, explica o
presidente da ACATE, Tarcisio Brighenti. Ele diz que este ano a ACATE conta com
o apoio da Secretaria Municipal de Cultura.
Conforme ele, o evento sempre promove uma discussão sobre a
situação do teatro em Chapecó, ampliando as ações. Uma das ações de grande
importância para a associação é o Festival de Teatro de Chapecó – sonhado
durante muitos e muitos anos. Em 2009, a ACATE recebeu apoio da então Fundação
Cultural de Chapecó, hoje Secretaria Municipal de Cultura. “O Festival de
Teatro é uma ocasião de aprendizado, de troca”, lembra o presidente.
Entretanto, mais precisa ser feito em termos de fomento do
teatro em Chapecó. “Temos dificuldade na circulação dos trabalhos, na montagem
dos espetáculos e na formação da plateia. Não há um público cativo em Chapecó.
Queremos implantar o hábito de assistir peças de teatro na cidade, fazer com
que as pessoas, assim como consomem tantos bens materiais, consumam também a
cultura.”
Fazem parte da ACATE cinco companhias teatrais. Todas elas
sentem falta de um teatro, um lugar próprio para as apresentações. O Centro de
Cultura e Eventos Plínio Arlindo De Nes, por exemplo, tem uma estrutura que não
condiz com a estrutura dos grupos, já que o teatro possui mil lugares. No
Serviço Social do Comércio (Sesc), embora não seja ideal, o espaço é mais
adequado às companhias. “Porém, a nossa luta maior é a conquista de um espaço
específico em Chapecó, para ensaios, apresentações, reuniões e oficinas.”
O Teatro em Chapecó
Muitos grupos teatrais iniciaram na década de 1980 em
Chapecó. Eles nasceram dentro de grandes indústrias, como a Sadia, a Aurora, a
Alfa e a Chapecó Alimentos. Mas, na década de 1950, grupos já passavam pela
cidade, deixando boas lembranças na memória dos antigos. Além disso, o teatro
de igreja sempre existiu na Capital do Oeste, especialmente nas décadas de 1940
e 1950.