quinta-feira, 14 de março de 2013

Páscoa pede decoração e imaginação

Entre comprar e fazer, Maria Lucia prefere fazer os objetos de decoração para feriados como a Páscoa

Fabiane De Carli Tedesco


É comum encontrarmos casas decoradas para o Natal. Mas, para a Páscoa, não é assim tão comum. Porém, este é um cenário que está mudando, ano a ano. Proprietária de uma papelaria e bazar de Chapecó, Nilva Pádova Nyland comenta que os objetos de decoração que marcam a data foram quase todos vendidos.
Guirlandas e coelhos de pelúcia são os produtos mais procurados. Artigos que variam de R$ 10 a R$ 500, preços que não intimidam os consumidores, dispostos a gastar até R$ 4 mil na decoração. O período apresenta um aumento de 50% nas vendas da loja, ocupando o segundo lugar no ranking dos feriados mais prósperos do ano, perdendo apenas para o Natal.

O cantinho da bagunça de uma arteira

Entretanto, embora as vitrines sejam convidativas, há quem prefira usar as próprias mãos para criar os objetos de decoração. Na Rua Oswaldo Aranha, Bairro Maria Goretti, os feriados são sempre carregados de objetos decorativos feitos artesanalmente pela vizinhança. Quem faz parte do grupo é a aposentada Maria Lucia Bueno.
A atual arteira, como se diz, trabalhou durante 31 anos com dinheiro e números. Agora, aproveita o tempo para criar pequenos objetos de arte em todos os momentos do ano. Para a Páscoa, decorou a casa toda para receber os filhos, os netos e os vizinhos. “Decidi brincar de casinha. Decoro a casa, faço comida e cuido das plantas”, conta.
O artesanato para ela é diversão, passatempo e terapia. Tira inspiração de revistas, coloca Neil Diamond para tocar e começa a criar no seu cantinho da bagunça, onde tudo acontece, o seu ateliê, de onde saem peças delicadas, impecáveis e únicas.
Entre a casa, a família e o artesanato, Maria Lucia ainda não tirou um tempinho para vender o que produz. Sempre exigente, Lucia aprendeu com a mãe a cuidar de cada detalhe, o que a ajudou a captar as técnicas como de bordado e de patwork. Agora, ela já pensa em aprender a fazer objetos de biscuit.
O mundo depois da aposentadoria apresenta infinitas possibilidades. Por isso, não raro vemos pessoas começando, na aposentadoria, atividades completamente diferentes daquelas que garantiram o sustento por tantos anos. É um tempo de maior estabilidade e de desenvolver talentos adormecidos.

Desfrutar do conforto

Contudo, a maioria dos aposentados não pode desfrutar do conforto, que é capaz de abrir as portas para tais atividades. Uma pesquisa recente revela que 56% não estão preparados para ter conforto após a aposentadoria. Neste contexto, Maria Lucia faz parte de um grupo de privilegiados.
Isso acontece porque quase metade das pessoas com mais de 25 anos, o que representa um índice de 48%, em 15 economias do mundo, nunca guardou dinheiro para a aposentadoria. É o que mostra a pesquisa global feita pelo HSBC, parte do estudo “O Futuro da Aposentadoria: Uma Nova Realidade”, o oitavo de uma série elaborada pelo banco, que aposta no planejamento financeiro para que as pessoas possam poupar mais e terem uma aposentadoria mais confortável e proveitosa.