Fabiane De Carli Tedesco
É comum encontrarmos casas decoradas para o Natal. Mas, para
a Páscoa, não é assim tão comum. Porém, este é um cenário que está mudando, ano
a ano. Proprietária de uma papelaria e bazar de Chapecó, Nilva Pádova Nyland
comenta que os objetos de decoração que marcam a data foram quase todos
vendidos.
Guirlandas e coelhos de pelúcia são os produtos mais
procurados. Artigos que variam de R$ 10 a R$ 500, preços que não intimidam os
consumidores, dispostos a gastar até R$ 4 mil na decoração. O período apresenta
um aumento de 50% nas vendas da loja, ocupando o segundo lugar no ranking dos
feriados mais prósperos do ano, perdendo apenas para o Natal.
O cantinho da bagunça de uma arteira
Entretanto, embora as vitrines sejam convidativas, há quem
prefira usar as próprias mãos para criar os objetos de decoração. Na Rua
Oswaldo Aranha, Bairro Maria Goretti, os feriados são sempre carregados de
objetos decorativos feitos artesanalmente pela vizinhança. Quem faz parte do
grupo é a aposentada Maria Lucia Bueno.
A atual arteira, como se diz, trabalhou durante 31 anos com
dinheiro e números. Agora, aproveita o tempo para criar pequenos objetos de
arte em todos os momentos do ano. Para a Páscoa, decorou a casa toda para
receber os filhos, os netos e os vizinhos. “Decidi brincar de casinha. Decoro a
casa, faço comida e cuido das plantas”, conta.
O artesanato para ela é diversão, passatempo e terapia. Tira
inspiração de revistas, coloca Neil Diamond para tocar e começa a criar no seu
cantinho da bagunça, onde tudo acontece, o seu ateliê, de onde saem peças
delicadas, impecáveis e únicas.
Entre a casa, a família e o artesanato, Maria Lucia ainda
não tirou um tempinho para vender o que produz. Sempre exigente, Lucia aprendeu
com a mãe a cuidar de cada detalhe, o que a ajudou a captar as técnicas como de
bordado e de patwork. Agora, ela já pensa em aprender a fazer objetos de
biscuit.
O mundo depois da aposentadoria apresenta infinitas
possibilidades. Por isso, não raro vemos pessoas começando, na aposentadoria,
atividades completamente diferentes daquelas que garantiram o sustento por
tantos anos. É um tempo de maior estabilidade e de desenvolver talentos
adormecidos.
Desfrutar do conforto
Contudo, a maioria dos aposentados não pode desfrutar do
conforto, que é capaz de abrir as portas para tais atividades. Uma pesquisa
recente revela que 56% não estão preparados para ter conforto após a
aposentadoria. Neste contexto, Maria Lucia faz parte de um grupo de privilegiados.
Isso acontece porque quase metade das pessoas com mais de 25
anos, o que representa um índice de 48%, em 15 economias do mundo, nunca
guardou dinheiro para a aposentadoria. É o que mostra a pesquisa global feita
pelo HSBC, parte do estudo “O Futuro da Aposentadoria: Uma Nova Realidade”, o
oitavo de uma série elaborada pelo banco, que aposta no planejamento financeiro
para que as pessoas possam poupar mais e terem uma aposentadoria mais
confortável e proveitosa.