quinta-feira, 4 de abril de 2013

Para quem tem a ferrugem do jipe no sangue

O jipe, considerado herói da Segunda Guerra Mundial, é o que move mais de 30 pessoas que fazem parte do Caçalama OFF-ROAD

Por Fabiane De Carli Tedesco

Eles nem sempre são compreendidos, já que a paixão pelo jipe inclui garagens sujas de graxa e de óleo, além de gastos com manutenção e acessórios. Barulhentos, os jipes ocupam espaço, não só nas garagens como nos corações dos jipeiros, que hoje, dia 4 de abril, comemoram o Dia do Jipeiro - uma alusão direta ao fato dos jipes terem tração 4x4.
Em Chapecó, há um grupo de incompreendidos. São mais de 30 pessoas que encontraram um lugar de expressão deste estilo de vida: o Caçalama OFF-ROAD. Para elas, a estrada começa quando a da maioria das pessoas termina. O jipe, para os membros do Caçalama, são especiais, tanto para o trabalho, quanto para o lazer. Ele foi considerado o herói da Segunda Guerra Mundial por conta do seu emprego militar, que o fez conhecido no mundo todo.
Os jipeiros do Caçalama aproveitam a data para concretizar um sonho antigo: a sede própria. Por meio da doação do espaço pelo empresário e amigo Darci Rodrigues, a sede será realidade em breve. Um lugar para festividades, encontros e reuniões, que fica na saída do Bairro Santo Antônio. Neste dia 4 de abril, o Caçalama sairá em carreata às 18h30 do Jornal Sul Brasil. Passará pela Avenida Getúlio Vargas com destino ao Bairro Santo Antônio para uma confraternização.
José Figueira da Silva, conhecido como Nene do Jipe, 51 anos, é um jipeiro há 28 anos. José, que logo será avô, tem até uma mecânica especializada em jipes. Além de jipeiro e presidente do Caçalama, Nene é motoqueiro e trilheiro. A sensação de dirigir um jipe muda conforme o terreno. Sensação que é compartilhada pela esposa, parceira das aventuras de jipeiro. "É preciso ter a ferrugem do jipe no sangue", comenta.
O casal Daniella Ivone Schneider e Flavio Kucharski também é parceiro de aventuras. Para Flavio, o jipe representa o inesperado. "Nunca se sabe o que vai acontecer." O amigo Nene diz que, para muitos, andar de jipe é sinônimo de desafiar o perigo, mas esta não é a ideia defendida por Flavio. "Não queremos por a vida em risco", conta. A esposa Daniella complementa: "não há a intenção de estragar o carro, nem a natureza, já que, por onde passamos, procuramos não jogar lixo."
O Caçalama é uma entidade que não visa o lucro, ou seja, é filantrópica. Doa cestas básicas e brinquedos, participa da Maratona da Solidariedade e dos desfiles do Dia da Independência. Recebe outros grupos que participam de eventos de jipeiros em Chapecó, assim como participa de eventos em diversas cidades do Sul do Brasil. Agora, se prepara para uma importante viagem, pois em breve participará com 10 carros da Festa Nacional do Jeep (Fenajeep), que acontece na cidade catarinense de Brusque.  

"Minha mulher me disse: 'eu ou seu jipe.' Tenho saudades dela."