A nova peça da Cia de la Curva une mágicas de salão e a linguagem clown, fazendo rir do início ao fim
Por Fabiane De Carli Tedesco
As
cortinas se abrem e, no palco, duas figuras opostas como a água e o vinho
misturam-se. Marri é humilde, brincalhona e espontânea. ChamPingnon é
arrogante, sério e preocupado com a opinião da plateia. Os opostos compõem a
peça "Magus", da Cia de la Curva, apresentada na sexta-feira, dia 12
de abril, no Serviço Social do Comércio (Sesc).
Manon
Alves, que interpreta a doce Marri, conta que a peça teve o seu primeiro
lampejo no ano passado, mas foi em janeiro de 2013 que ela e o esposo Fernando
Perri, o ChamPingnon, se dedicaram integralmente à elaboração de
"Magus". Neste mês de abril, a peça foi apresentada ao público, que
delirou com a mistura entre a mágica (ou seria magia?) e o clown. Um espetáculo
de mágica cômica, no qual Manon e Fernando são os criadores e os atores, que se
filmam e se autodirigem.
Improviso
e interação com os espectadores são elementos que podem ser encontrados em
"Magus" que, na visão de Manon, brinca com o lado narciso do mágico.
"O mágico tradicional tem aquele ar narciso, é aquele que nunca erra."
Na peça, ChamPingnon, para ter a sua Marri de volta, desce do trono e se
ajoelha, admitindo o erro. Marri, sempre submissa, tem o seu momento mais
marcante quando inverte a situação, estendida por quase toda a peça.
O
espetáculo, de mágicas de salão não reveladas, pende à magia. Perri revela que
um ambiente mágico é criado, fundindo-se à linguagem clown, à linguagem do
absurdo. É um espetáculo de bordões como o "é bom" de Marri. Ela,
assim como ChamPingnon, fala em um francês meio misturado algumas inverdades
divertidas ao longo dos 60 minutos de peça, de boas risadas e encantamento. Para
se ver sozinho, em dupla ou em família, "Magus" terá a sua próxima
apresentação no dia 12 de maio.